Desempenho dos indicadores de atenção à saúde materno-infantil de municípios de fronteira de Mato Grosso do Sul

Objetivo: Analisar o desempenho dos indicadores de atenção à saúde materno-infantil de municípios de fronteira com e sem áreas urbanas contíguas do Mato Grosso do Sul. Método: Trata-se de um estudo ecológico, retrospectivo com uma abordagem quantitativa dos indicadores de assistência ao pré-natal (trimestre gestacional no início do pré-natal, número de consultas e índice de adequação do acesso ao pré-natal), de assistência ao parto (tipo de parto, peso ao nascer, apgar) e características sociodemográficas da mãe (idade, escolarid ade, situação conjugal, raça/cor da pele) de municípios de fronteira do Estado do Mato Grosso do Sul. A população do estudo foi composta por mulheres que tiveram nascidos vivos no período de 01/01/2011 a 31/12/2020, conforme registro por residência da mãe nos doze municípios de fronteira do Estado, sendo agrupados em Grupo 1 – municípios da linha de fronteira com áreas urbanas contíguas (Bela Vista, Coronel Sapucaia, Paranhos, Ponta Porã, Porto Murtinho e Sete Quedas) e Grupo 2 – municípios da linha de fronteira sem área urbana contígua, mas com proximidade de área urbana (Antônio João, Aral Moreira, Caracol, Corumbá, Japorã e Mundo Novo). Os dados foram extraídos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc). Realizou-se estatística descritiva e cálculo do Coeficiente de Variação Proporcional (VP) para os indicadores selecionados. Resultados: A idade materna de 20 a 29 anos foi a de maior percentual no G1 e G2 (49,39% e 49,24%) respectivamente para o ano de 2020. Observou-se um aumento na variação proporcional de 83,97 % de mulheres com 8 a 11 anos de estudo e de 53,23% com 12 e mais anos, para G2. No G1, as mulheres com parceiro representaram um aumento de 67,26% e 9,90%, no G2. A variação proporcional segundo raça/cor da pele da mãe registrou aumento 81,27% pardas em G1 e 250,35% pretas, em G2. Quanto às consultas de pré-natal, houve um aumento de 42,5% e 46,5% para as mulheres com registro de ≥7 consultas em G1 e G2, respectivamente. Para o critério mais que adequado para os municípios de G1 foi de 32,68% e 8,38% para o G2. Identificou-se um crescimento de 29,18% para o baixo peso ao nascer nos municípios de G1. Houve aumento do parto cesárea, em G1 21,61% e no G2 30,69%, e da prematuridade em G1 de 115,76% e G2 de 45,92%. Conclusão: Constatou-se que os municípios de G1 apresentaram uma assistência pré-natal melhor do que G2 no período, mas a atenção ao parto apresentou situação preocupante para mulheres e recém-nascidos dos municípios de G1 e G2. Palavras-chave: saúde na fronteira; saúde materno-infantil; nascidos vivos; atenção primária à saúde.

Ano da defesa: 
2022
Linha de pesquisa: 
EDUCAÇÃO E SAÚDE: TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS DA EDUCAÇÃO, COMPETÊNCIAS E ESTRATÉGIAS
Autor: 
Tatiana Moura Coelho Pinheiro
Orientador: 
Prof.ª Dra. Renata Palópoli Pícoli.
IES associada: 
Fiocruz Mato Grosso Sul