A tuberculose é uma doença já conhecida da humanidade há mais de dois mil anos, mas há pouco mais de 70 anos existe um tratamento efetivo contra a mesma. Inúmeras mortes evitáveis deixariam de ocorrer se as pessoas doentes tivessem acesso ao tratamento, ou não abandonassem o mesmo. Este trabalho teve como objetivo construir uma diretriz de seguimento do tratamento de tuberculose a fim de diminuir a taxa de abandono desses pacientes nas unidades básicas de saúde, pois estes são potenciais doentes não tratados e fontes de infeção e manutenção da doença com altas taxas de incidência. Foi um estudo de intervenção com pacientes em tratamento de tuberculose nas unidades básicas de saúde da cidade de Porto Velho no período de agosto de 2018 a janeiro de 2019. A intervenção consistia na construção de uma diretriz de acompanhamento dos pacientes com tuberculose em tratamento na cidade de Porto Velho, que foi realizada junto às equipes de saúde da família através da ação dos agentes comunitários, que realizaram uma visita mensal aos pacientes em tratamento de tuberculose e foi aplicado um questionário fechado, as perguntas fazem parte do livro de registro existente em cada unidade. As respostas foram levadas ao conhecimento da equipe que agiu conforme cada caso, no fim do estudo as equipes avaliaram a diretriz usando instrumento AGREE II. Para o cálculo amostral foi adotado um intervalo de confiança de 95% com um erro padrão tolerável de 5% , sendo a taxa de abandono de 28% para o triênio 2015-2017, e como meta de redução para menos de 15% a amostra necessária calculada foi de 25 casos. O processo de estratificação das dezoito unidades básicas de saúde ocorreu aleatoriamente por sorteio simples (randomização simples pareada), a amostra foi dividida em dois grupos: G1=intervenção e G2=sem intervenção. Em seis meses foram incluídos 29 casos de paciente maiores de 18 anos em tratamento em quatro unidades sorteadas. Nas unidades com intervenção a taxa de abandono caiu para 7%, a avaliação da diretriz teve resultado de recomendação pelas equipes, nas 14 unidades sem intervenção a taxa de abandono ficou em 23%. Os resultados desse estudo foram bastante promissores, a diretriz foi realizada com boa avaliação das equipes, os recursos usados já se encontravam disponíveis em cada equipe e a meta foi atingida, espera-se que essa ferramenta possa ser introduzida na rotina de trabalho na atenção primária da cidade de Porto Velho.