Este Projeto de Mestrado partiu da observação da autora em relação ao aumento de queixas de pacientes com sofrimento difuso. Cada vez mais chegam pelo acolhimento usuários com sintomas vagos e inespecíficos, os quais a medicina classifica como sofrimento difuso. Atuando em Manguinhos, bairro da zona norte do município do Rio de Janeiro, marcado pela violência, desemprego e grande vulnerabilidade, observamos que muitas queixas refletem as condições sociais do território. Dessa maneira o sofrimento social gera desigualdades que afetam a vida das pessoas causando angústias e diversos padecimentos. Através do instrumento McGILL-MINI, validado no Brasil, obtivemos narrativas que identificaram sentidos da experiência do sofrimento difuso nas falas de 11 entrevistados. As entrevistas foram gravadas, transcritas e categorizadas em 4 temas: narrativa de adoecimento, narrativa explicativa, narrativa de impacto sobre a vida e narrativa de cuidado. A reflexão sobre os conteúdos das narrativas dos usuários possibilitou a discussão sobre uma forma de melhorar o cuidado, ao contextualizar diferentes visões sobre adoecimento e se aproximar mais do ser que sofre e demanda cuidado multiprofissional.