Doação e Transplantes de Órgãos em Porto Velho-RO: um olhar voltado para a educação na saúde

Este estudo busca avaliar o conhecimento dos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF): se estão aptos a realizar uma ação em educação na saúde sobre a temática “doação de órgãos” na Atenção Primária à Saúde (APS), em Porto Velho, Rondônia. Parte-se do princípio que o Brasil tem o maior sistema público de transplantes do mundo. E embora o número de transplantes realizados no país cresça anualmente, o número de doadores é insuficiente para atender às demandas. São escassas as publicações que discutem a importância da capacitação dos profissionais da APS acerca da temática “doação de órgãos no Brasil”. Neste sentido adotou-se um estudo descritivo de delineamento transversal por conveniência, realizado com 240 profissionais da área da saúde em 2020. Foi utilizado questionário com questões fechadas sobre as características sociodemográficas e conhecimento, a fim de identificar se os profissionais da saúde estão aptos a abordar, de forma educativa, o tema “doação e transplante de órgãos" aos usuários dos serviços de saúde. A regressão logística foi utilizada para testar a associação com a variável de exposição ao desfecho: os profissionais estão aptos a realizar uma ação em educação à saúde na temática doação e transplante de órgãos? Para avaliar a medida de confiabilidade do questionário, utilizou-se a consistência interna por meio do coeficiente de Cronbach. Os achados mostraram que 73,70% dos profissionais de saúde não se consideram aptos a trabalhar a temática de doação de órgãos. O questionário mostrou-se confiável no teste alfa de Cronbach 0,71 (aceitável). Os resultados sobre o conhecimento analisados pela prevalência (%) e razão de prevalência ajustada ao modelo final mantiveram-se associadas às onze questões como fator de risco à exposição ao desfecho do questionário (p<0,05). É baixo o número de profissionais que se sentem aptos a trabalhar o tema mencionado com os usuários do serviço básico de saúde. Assim, esses achados podem corroborar na identificação dos pontos de fragilidade do processo de educação na saúde e, principalmente, fomentar futuros projetos sobre doação de órgãos em nível de APS, indicando alvos específicos de planejamento das ações na educação em saúde.

Ano da defesa: 
2021
Linha de pesquisa: 
EDUCAÇÃO E SAÚDE: TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS DA EDUCAÇÃO, COMPETÊNCIAS E ESTRATÉGIAS
Autor: 
Fernanda Mello Ortigosa Nogueira
Orientador: 
Prof. Dr. Edson dos Santos Farias
IES associada: 
Universidade Federal de Rondônia