ABRINDO AS PORTAS PARA O TELESSAÚDE EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA: A EXPERIÊNCIA DOS USUÁRIOS

O Telessaúde pode ser traduzida na oferta de serviços realizados por qualquer profissional de saúde, onde a distância se constitui enquanto fator crítico, com a utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). A pandemia causada pela COVID-19 trouxe um grande desafio ao sistema de saúde por causa das restrições impostas e, neste sentido, o Telessaúde se mostrou uma ferramenta útil de apoio aos usuários. Este estudo teve como objetivo explorar a percepção dos usuários atendidos via Telessaúde na Unidade de Saúde da Família (USF) Campina do Taquaral, no município de São José dos Pinhais (PR). Tratou-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, por meio de entrevistas gravadas, da qual participaram 15 pessoas com idade entre 28 e 65 anos e nível de escolaridade variando entre Ensino Fundamental (1), Ensino Fundamental Incompleto (2), Ensino Fundamental Completo (2), Ensino Médio (5) e Ensino Superior (5). Os entrevistados foram recrutados via redes sociais da USF tanto pelo Facebook quanto pelo WhatsApp, sendo utilizada a saturação de dados como forma de determinar a suspensão das entrevistas. Estas entrevistas foram transcritas integralmente, lidas, revisadas e detalhadas pelo pesquisador de acordo com a análise de conteúdo de Laurence Bardin. Dentre as experiências citadas pelos entrevistados, a que teve maior destaque foi a utilidade oferecida pelo programa de Telessaúde; outras experiências valorizadas foram a expectativa de continuidade, vazamento de dados e receio quanto à possibilidade de uso político e a interação que o usuário teve com a equipe. O principal motivo para utilização da ferramenta foi a de renovação de receitas, além acompanhamento longitudinal de saúde e verificação e/ou solicitação de exames. Como sugestões dadas pelos entrevistados, destaca-se a de se ter maior agilidade nas respostas, assim como a possibilidade de agendamento de consultas e exames através do atendimento remoto. A pandemia acabou impulsionando ainda mais o Telessaúde que, por sua vez, auxiliou a manter a “porta aberta” da USF em um período de restrições. Qualquer membro da equipe de saúde da família, incluindo o Agente Comunitário de Saúde, pode exercer o seu papel em Telessaúde, respondendo às demandas que forem solicitadas. Neste sentido, há necessidade de uma organização por parte da equipe de saúde, desde a recepção da solicitação até o encaminhamento à pessoa responsável para devida resposta. Gestores municipais, estaduais e federais devem proporcionar as ferramentas necessárias para que o Telessaúde possa ser utilizada por todos os membros da equipe de saúde. Serão necessários outros estudos para averiguação da participação de todos os membros da equipe e o Telessaúde, já que o termo “Telemedicina”, muito utilizado principalmente em publicações médicas, pode induzir a pensar que esta modalidade (Telessaúde) está restrita única e exclusivamente à atividade médica. Também se faz necessário mais estudos relacionados à Telessaúde e USF em área rural como o presente estudo. Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde, Telessaúde, COVID-19, Sistema Único de Saúde.

Ano da defesa: 
2022
Linha de pesquisa: 
ATENÇÃO À SAÚDE, ACESSO E QUALIDADE NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
Autor: 
ADOLFO OSCAR GIGGLBERGER BAREIRO
Orientador: 
Professora Doutora Sabrina Stefanello
IES associada: 
Universidade Federal do Paraná