Acesso e Qualidade à Saúde da Criança no estado de Rondônia – Revelações do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica

A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta preferencial para o Sistema Único de Saúde, que se configura em redes de atenção e linhas de cuidado, tendo, dentre elas, a saúde da criança, com o objetivo de redução da mortalidade infantil e promoção do desenvolvimento saudável, com ações centradas na puericultura. O objetivo deste estudo foi identificar as dificuldades para a atenção integral à saúde da criança das equipes da APS no estado de Rondônia. Trata-se de um estudo observacional analítico, com delineamento seccional e abordagem quantitativa, através de pesquisa em banco de dados da avaliação externa do Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica, sendo inclusos para o estudo um total de cento e noventa e quatro unidades básicas de saúde, com duzentos e noventa e três equipes da APS, e duzentos e vinte e três usuários que foram elegíveis para responder sobre o domínio de saúde da criança na avaliação externa, em Rondônia. Os resultados apontam falta de instrumentos para avaliação infantil, como régua antropométrica infantil (69,0%), e a Caderneta de Saúde da Criança (70,6%), com maior prejuízo de materiais para a regional da Zona da Mata. Pelas equipes, a utilização de ficha espelho da caderneta de saúde da criança ocorre em 63,3%, sendo a regional do Cone Sul com pior desempenho. Registro e acompanhamento de casos de violência ocorrem em 70% das equipes, tendo menor desempenho nas regionais Madeira-Mamoré e Vale do Guaporé. Consultas na primeira semana de vida ocorrem em 53,3% dos casos, tendo destaque positivo para a regional do Cone Sul. A entrega da caderneta é baixa (68,9%), principalmente na regional do Vale do Guaporé. A orientação alimentar atinge somente 77,5% dos usuários, tendo na regional do Vale do Jamari os piores resultados. Vacinação e teste do pezinho atingem mais de 90% dos usuários. É possível concluir que a educação e vigilância alimentar e nutricional pelas equipes de saúde na APS se encontra prejudicado, assim como a falta de acompanhamento dos casos de violência na rede; em contrapartida, observa-se boa cobertura vacinal, aliado à oferta regular da vacinação nas unidades básicas de saúde. O cuidado programado, iniciado a partir da consulta na primeira semana de vida, torna-se fragilizado pela rotatividade de profissionais e a falta de agendamento para as consultas, prejudicando os atributos de longitudinalidade e integralidade do cuidado.

Ano da defesa: 
2021
Linha de pesquisa: 
ATENÇÃO INTEGRAL AOS CICLOS DE VIDA E GRUPOS VULNERÁVEIS
Autor: 
Filipe Souza de Azevedo
Orientador: 
Profa. Dra. Ana Lúcia Escobar
IES associada: 
Universidade Federal de Rondônia
Arquivo: