Análise e projeto para o desenvolvimento de um aplicativo móvel para o autocuidado de epilepsias

Cerca de um terço das pessoas com epilepsia (PE) mantém crises epilépticas (CE) refratárias ao tratamento medicamentoso, ocasionando altas taxas de mortalidade e de morbidade. Fora a refratariedade, três quartos das PE no Brasil não aderem totalmente ao tratamento. Tem havido um reconhecimento pelas diretrizes clínicas mundiais da importância de programas de autocuidado das epilepsias (ACE), a fim de melhorar a adesão ao tratamento e o controle de CE, e reduzir os impactos negativos da epilepsia. As ferramentas de AC, idealmente, devem ser de baixo custo, fácil acesso e utilização. Os aplicativos (App) móveis além de responder a esses objetivos, podem favorecer mudanças comportamentais relacionadas ao gerenciamento de doenças. Não há estudos que tratem sobre a existência, desenvolvimento ou uso de aplicativos direcionados ao ACE no Brasil. Objetivando o desenvolvimento de um aplicativo de ACE, neste trabalho primeiramente foram identificados e avaliados os Apps já disponíveis, e, posteriormente, foram entrevistados especialistas brasileiros para o estabelecimento das funções que abranjam os fatores cruciais para este tipo de aplicativo. Os aplicativos voltados para o ACE disponíveis em português no Brasil para download na App Store e Play Store foram avaliados com uso das escalas Mobile App Rating Scale (MARS) e AESMMI Adult Epilepsy Self-Management Measurement Instrument (AESMMI). Foram identificados três aplicativos de ACE, os quais apresentaram menores escores da MARS quanto ao engajamento e informações contidas. Quanto aos 10 domínios de AC da AESMMI, os domínios de Comunicação em saúde e Gestão de tratamento estavam presentes nos três aplicativos. Nenhum dos aplicativos apresentava funções relacionadas a Apoio social, Segurança, Enfrentamento e Proatividade. Todas as funções sugeridas pelos especialistas foram categorizadas dentro de grupos temáticos: Diário de crises, Medicações, Botão de crises, Lembretes, Resultados de exames, Geração de relatórios e Educação. Desta forma, foi projetado uma proposta de arquitetura de informações do App que contemple as demandas aferidas por este estudo, e que contenha todas as funções indicadas como necessárias pelos especialistas. Pesquisas futuras são necessárias para avaliação do alcance e a eficácia do aplicativos em PE.

Ano da defesa: 
2021
Linha de pesquisa: 
PESQUISA CLÍNICA: INTERESSE DA ATENÇÃO BÁSICA
Autor: 
Larissa Teles de Souza
Orientador: 
Prof. Dr. Fernando Lopes e Silva Júnior; Prof. Dr. Fábio Solon Tajra
IES associada: 
Universidade Federal do Piauí - Campus Picos