Avaliação do capital social como estratégia de relações humanas para intervenção em saúde em uma comunidade adscrita à equipe de Saúde da Família

Há quase 20 anos a Equipe de Saúde da Família (ESF) de número 56, atua em uma Unidade Básica de Saúde, no bairro Filgueiras (UBS-JF-MG), visando melhorar as condições sociais e de saúde da comunidade que a compõe. Neste estudo, questionou-se se a baixa participação social, identificada de modo empírico, seria uma das causas de não se alcançar êxito no referido propósito. A mensuração do Capital Social surgiu como meio eficaz para subsidiar essa análise, por refletir a capacidade de uma comunidade ter acesso aos meios e aos bens que melhorem a sua saúde, por meio das relações interpessoais estabelecidas. Sendo assim, o objetivo primeiro deste estudo foi realizar um diagnóstico do Capital Social (CS) da população adscrita à referida ESF, em suas diferentes microáreas. Especificamente, avaliaram-se as seis dimensões do capital social na comunidade: grupos/redes; confiança/solidariedade; ação coletiva/cooperação; informação/comunicação; coesão/inclusão social; autoridade/ação política. O estudo contou com 384 participantes, consolidando uma amostra representativa, inquirida por meio do QI-MCS (Questionário Integrado para Medir Capital Social). A partir dos dados coletados, foram produzidos resumos estatísticos descritivos do consolidado e das seis dimensões, além de comparações entre as microáreas, utilizando-se testes estatísticos indicados, com nível de significância de 5%. Nos resultados sociodemográficos destacou-se participação feminina (69%), faixa etária 21-59 anos (73,2%), escolaridade predominante fundamental (62,7%), e apenas 9,1% superior. Nas Redes e Grupos, predominou grupo familiar (74,5%) determinando CS estrutural inadequado, formado por redes de laços fortes, restrito ao ambiente, sem CS de ponte e de ligação. Há desconfiança no ambiente comunitário local, quanto a dirigentes políticos (96,7%), constatou-se baixa participação social e imobilização na busca por recursos na esfera pública, ausência de mobilidade social, de benefícios à saúde e participação comunitária, portanto baixa qualidade de vida. A fonte de informação comunitária se restringe à família (49%), a TV (50,8%) e Internet (41,8%). Há apenas 30,5% de socialização em companhia e convivência mútua, com troca saudável de opiniões e visões de mundo. Concluiu-se ser viável a intervenção da referida equipe (ESF/56) para se promover maior participação social e soluções diversificadas para os problemas coletivos e para ampliação do CS adequado.

https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10314

Ano da defesa: 
2019
Linha de pesquisa: 
ATENÇÃO À SAÚDE, ACESSO E QUALIDADE NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
Autor: 
Sebastião Alves de Souza Filho
Orientador: 
Profa. Dra. Helena de Oliveira
IES associada: 
Universidade Federal de Juiz de Fora