Avaliação da organização da assistência à Hipertensão Arterial e ao Diabete Mellitus em serviços de atenção primária em uma Rede Regional de Atenção à Saúde

Introdução: Com o envelhecimento populacional, há uma tendência ao aumento das doenças crônicas não transmissíveis, principalmente, da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e do Diabetes Mellitus (DM), exigindo cada vez mais a melhoria da organização dos serviços de Atenção Primária à Sáude (APS) para tal enfrentamento. Os serviços da APS são a principal porta de entrada e ordenadora do sistema de saúde, devido a sua proximidade com o território, apresenta-se como o local mais adequado para o diagnóstico e acompanhamento da HAS e DM. Objetivo: Avaliar a organização da assistência à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus em serviços de atenção primária de uma Rede Regional de Atenção à Saúde (RRAS 12), segundo os diferentes arranjos organizacionais existentes na região. Método: Pesquisa avaliativa de abordagem quantitativa da organização dos serviços de atenção primária da RRAS 12 (DRS Araçatuba e São José do Rio Preto). Utilizou-se o banco de dados resultante da aplicação do instrumento QualiAB, em 2017. Foram selecionadas do QualiAB 16 variáveis referentes à caracterização dos serviços respondentes e 78 indicadores de organização dos serviços, específicas para a atenção à HAS e DM, conforme documentos publicados sobre o tema pelo Ministério da Saúde. Estes indicadores após separados em: 1) caracterização geral dos serviços e 2) caracterização da estrutura e procedimentos dos serviços quanto à atenção às doenças crônicas não transmissíveis – Hipertensão Arterial e Diabetes Melitus, foram analisados conforme o “tipo de serviço”, ou seja, levou-se em consideração os diferentes arranjos operados nos serviços de APS (Unidade Saúde da Família – USF; Unidade Básica de Saúde Tradicional – UBS; UBS com inserção de agentes comunitários ou equipes de saúde da família – UBS/Mista; UBS com equipe de saúde da família integrada a Unidade de Pronto Atendimento -UBS/UPA; e Unidades que não possuem equipes fixas em período integral ou outros arranjos - Outros). Dos 368 serviços respondentes, foram excluídos oito que informaram não ofertar atenção às pessoas portadoras de Hipertensão Arterial e/ou Diabetes. A análise dos resultados foi realizada por meio da distribuição das frequências de cada indicador e suas associações, conforme o “tipo de serviço”, utilizando os testes de quiquadrado e Z, sob nível de significância de 5%. Resultados: A população é predominantemente urbana, com índice de envelhecimento de 76,36% e renda per capita de R$732,55, comparado ao estado de São Paulo (69,78% e R$ 853,75, respectivamente). A RRAS 12 possui taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares 23,76% e de DM 3,58% maiores em relação à SP, independetemente do sexo. Dos 360 serviços que afirmaram atender casos de HAS e DM, a maioria encontra-se localizado em município com até 20 mil habitantes. Identificou-se semelhanças na organização do processo de trabalho para a atenção à HAS e DM entre o arranjo USF e UBS/Mista e entre UBS/Mista e outros; e UBS e UBS/UPA. A UBS, seguidos da UBS/UPA, ofertam menos ações de promoção e educação à saúde, porém, são os arramjos que mais fornecem acesso regular a medicamentos. A USF e o arranjo do tipo Outros se destacam positivamente pelas ações de registro, busca ativa e convocação de faltosos, enquanto a UBS/Mista pela ampliação do acesso com horários estendidos e aos finais de semana. Considerações Finais: Pode-se concluir que não há um modelo único capaz de fornecer uma atenção integral à HAS e DM, sugerindo a integração dos diferentes modos de abordar estes agravos.

Ano da defesa: 
2019
Linha de pesquisa: 
EDUCAÇÃO E SAÚDE: TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS DA EDUCAÇÃO, COMPETÊNCIAS E ESTRATÉGIAS
Autor: 
Mario Amaral Puglisi
Orientador: 
Prof. Dr. Adriano Dias, Prof. Dr. Walter Vitti Junior, Profa. Dra. Patrícia Rodrigues Sanine
IES associada: 
Universidade Estadual Paulista