Caracterização do perfil epidemiológico dos usuários diagnosticados com enxaqueca em unidades de atenção primária à saúde do município de Sinop (MT)

A Atenção Primária a Saúde (APS) é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) que tem por objetivo prestar assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, seguindo os princípios próprios da Medicina de Família e Comunidade. A enxaqueca ou migrânea é uma doença neurovascular crônica, caracterizada por episódios recorrentes de cefaleia, disfunção autonômica e, em alguns pacientes, sintomas neurológicos de aura (1). É uma condição incapacitante com elevada prevalência na população mundial e um dos principais motivos de consultas na APS. O presente trabalho tem como objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico e investigar os fatores desencadeantes mais comuns na população diagnosticada com enxaqueca em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Sinop (MT). Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, descritivo com abordagem quantitativa realizada por meio de questionário aplicado por médicos a usuários diagnosticados com enxaqueca no período de 15/10/2018 a 31/12/2018 em nove UBSs de Sinop (MT). A prevalência de usuários diagnosticados com enxaqueca sem ou com aura foi de 0,17% dentre total de atendimentos estimado no período do estudo. Dentre os usuários diagnosticados com enxaqueca houve igual distribuição quanto ao tipo de demanda, predomínio de casos no sexo feminino, na faixa etária de 21 a 50 anos, pessoas em união estável e com renda entre 1 e 3 salários mínimos. Quanto a escolaridade apenas um usuário pós-graduado sendo o restante com semelhante distribuição entre ensino Fundamental, Médio e Superior. Em relação aos fatores desencadeantes o estresse emocional o mais frequente, relatado por 85% dos entrevistados. O primeiro resultado indica a necessidade de uma análise acerca da formação dos médicos residentes e qualificação dos preceptores em relação ao diagnóstico de enxaqueca, e o segundo, que a construção de protocolos de atendimento pode ser feita a partir de dados gerais, uma vez que fatores locais não parecem interferir no desencadeamento de crises.

Ano da defesa: 
2019
Linha de pesquisa: 
PESQUISA CLÍNICA: INTERESSE DA ATENÇÃO BÁSICA
Autor: 
Eduardo Augusto Dossa
Orientador: 
Profa. Dra. Maria Auxiliadora de Souza Mendes
IES associada: 
Fiocruz Brasília