Comportamento de fotoproteção e de autoexame da pele em usuários da atenção básica: impacto da utilização do smartphone como ferramenta de educação
Introdução: "saúde móvel" ou mHealth (mobile health) pode ser definida como a rápida transferência de informações sobre saúde, utilizando smartphones ou outros dispositivos, para oferecer suporte para práticas saudáveis e políticas de saúde pública. Objetivos: observar os comportamentos de fotoproteção e de autoexame em usuários de uma unidade básica de saúde e avaliar se houve mudanças desses comportamentos após apresentação oral amparada por imagens ou após envio regular de mensagens e comparar os resultados dessas duas abordagens. Metodologia: estudo experimental, caso-controle, realizado em uma unidade básica de saúde do município de São Luis, Maranhão. Foram selecionados e entrevistados 300 usuários no período de 4 semanas no mês de julho de 2018. Utilizaram-se os questionários SEPI (Sun Exposure and Protection Index) e SSEAS (Self Skin Examination Attitudes Scale) em suas versões em português para avaliar os hábitos de fotoproteção e de autoexame da pele e também foi realizada apresentação oral amparada por imagem sobre fotoprotecão e autoexame já no primeiro encontro. Após a randomização, 150 pacientes receberam 2 mensagens semanais, pelo Whatsapp, sobre fotoproteção e autoexame pelo período de 8 semanas, ao fim do qual, todos os 300 entrevistados receberam, por link do Whatsapp, os mesmos questionários que haviam sido aplicados no momento inicial. Para a análise dos dados foi utilizado o programa Stata versão 14 para Windows. As variáveis categóricas foram caracterizadas em tabelas de frequências simples enquanto as variáveis contínuas (idade, score SEPI 1, SEPI 2 e SSEAS), em medidas de tendência central e de variância. Foram analisadas diferenças estatísticas entre as médias dos grupos utilizando teste T de Student não pareado para as variáveis contínuas. As tendências dos scores foram determinadas para as variáveis "idade", "sexo", "fototipo" e "escolaridade" dos participantes através de regressão linear simples. Em todas as análises foi utilizado um nível de significância de p<0,05. Resultados: quando comparados aos índices iniciais, os índices finais de SEPI 1, SEPI 2 e SSEAS melhoraram tanto no grupo que recebeu as mensagens, quanto no grupo que não as recebeu (p<0,05). Quanto à fotoprotecão, 39,66% dos usuários mencionaram usar protetor solar sempre ou frequentemente já no momento inicial. No grupo intervenção, esse valor ascendeu até 47,91% (p = 0,0014) e, no grupo controle, não houve mudança. No que diz respeito ao autoexame, alto percentual de usuários (92,33%) sabiam da sua importância, no momento inicial, e esse número se manteve estável em ambos os grupos. Contudo, inicialmente, apenas 48,67% dos usuários consideravam prioritário examinar a própria pele e esse percentual aumentou para 73,91% no grupo controle (p = 0,0179) e 69,8% (p = 0,0001) no grupo intervenção, sem diferença entre os grupos. Conclusão: inicialmente, menos da metade dos usuários faziam uso regular de medidas de fotoproteção e, embora esse hábito tenha se tornado mais frequente ao fim das 8 semanas, permaneceu aquém do ideal. Quanto ao autoexame da pele, ao cabo das 8 semanas, o havia se tornado uma prioridade para dois terços dos usuários. No entanto, não foi possível afirmar que os resultados foram superiores no grupo que recebeu as mensagens educativas via Whatsapp