O processo de reorganização da Atenção Básica no Distrito Federal em 2017 e 2018 objetivou reduzir as deficiências de um modelo vigente, com vistas ao fortalecimento da Estratégia de Saúde da Família (ESF), em prol da melhoria das condições de vida da população e da satisfação dos participantes do processo. O objetivo do estudo foi analisar o processo de transferência dos médicos pediatras, clínicos e ginecologistas/obstetras que atuavam na atenção primária à saúde, nessas especialidades, para a carreira de médico de família e comunidade. A pesquisa foi quantitativa, observacional, analítica e transversal, com amostra de 66 médicos. Os dados foram coletados através de um questionário estruturado enviado pelo aplicativo whatsApp, de forma individualizada, para os participantes. Resultados encontrados: a principal motivação dos médicos que participaram do processo era continuar trabalhando na Atenção Primária à Saúde e não apenas manter gratificações salariais inerentes à ESF; 66,7% eram mulheres; 53% eram pediatras; 60,6% nunca tinham trabalhado em uma equipe de saúde da família; os participantes, apesar de não serem médicos de família e comunidade, já apresentavam conhecimento alinhado com os fundamentos da ESF; o cuidado à saúde da criança mostrou-se bem executado pelos médicos, enquanto a dificuldade no manejo da saúde do idoso foi evidenciada. O estudo reforçou a importância da capacitação dos especialistas que participaram da Conversão da Atenção Primária à Saúde e permitiu a elaboração de recomendações com o intuito de qualificar e fortalecer a Atenção Básica no Distrito Federal.