Determinantes da não adesão ao tratamento medicamentos de usuários hipertensos de uma Unidade Básica de Saúde
A hipertensão arterial sistêmica é um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Trata-se de uma condição clínica crônica caracterizada atualmente em nosso país como níveis pressóricos elevados e persistentes, iguais ou superiores a 140 x 90 mmHg. A hipertensão arterial sistêmica atua também como fator de risco para outras doenças como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular encefálico. Alguns fatores de risco contribuem para o surgimento da hipertensão arterial sistêmica entre eles a hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo e a idade avançada. Apesar da criação de programas e políticas públicas destinadas à prevenção, ao controle e a reabilitação das complicações decorrentes do quadro hipertensivo, a não adesão ao cuidado medicamentoso atinge níveis alarmantes, em torno de 40 a 60% dos casos. Este estudo se propõe a verificar quais fatores interferem na decisão de não aderir à terapêutica medicamentosa prescrita. A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde de Dom Bosco, no município de Juiz de Fora e teve como sujeitos 20 usuários hipertensos acompanhados pela equipe de saúde da referida Unidade de Saúde. Os motivos para a não adesão foram agrupados em quatro categorias: 1. relativos às reações dos medicamentos no organismo, 2. relacionados ao usuário hipertenso, 3. referentes aos profissionais da saúde e sua relação com os usuários, 4. alusivos ao acesso a medicamentos e serviços na rede pública. Todos os aspectos evidenciados condicionam a decisão do usuário, contudo dois são determinantes: a carência de comunicação e a relação deficitária entre médico e usuário hipertenso. Ambos permeiam os outros pontos elencados e afloram a necessidade do cuidado. Cuidado que deve ser integral e ultrapassar o simples ato de uma prescrição médica.
