Doença renal crônica: uma avaliação do conhecimento dos médicos da atenção primária e dos médicos especialistas em nefrologia.

Introdução: A Estratégia de Saúde da Família apresenta-se como a principal ferramenta da Atenção Primária em Saúde (APS) desde a sua implantação no Sistema Único de Saúde. Nesse contexto, a equipe de saúde da família tem a função de realizar o primeiro contato com o paciente, fazer a abordagem da maioria das situações e, quando necessário, encaminhar o paciente para um serviço de referência. Nesse caso, o profissional responsável pelo referenciamento é o médico da equipe. Sendo assim, visto que as doenças crônicas não transmissíveis e, especialmente a doença renal crônica (DRC), têm uma alta prevalência na população geral, a APS, na figura do médico da família, tem assumido um papel crucial na abordagem e controle dessas afecções e suas complicações. Objetivo: descrever o nível de conhecimento dos médicos da atenção primária em saúde e dos especialistas em nefrologia sobre DRC. Métodos: trata-se de um estudo quantitativo, transversal, analítico, observacional, não intervencionista, realizado por meio de coleta de dados primários através da aplicação de questionário. A pesquisa foi realizada no período de outubro de 2020 a maio de 2021, e abordou profissionais da atenção básica em saúde e especialistas em nefrologia que atuam no município de Imperatriz-MA. Resultados e discussão: a maioria dos médicos abordados nesse estudo eram da atenção primária em saúde (82,1%) e, destes, 62,8% trabalhavam exclusivamente no nível de atenção primária. Entre os especialistas (17,9% da amostra total), 60% trabalhavam exclusivamente em nível de atenção secundária. Sobre fatores de risco, estadiamento, exames complementares, manejo clínico e tratamento tanto os médicos da APS quanto os especialistas obtiveram bom índices de respostas assertivas (>50%). Sobre o diagnóstico de DRC, o percentual de respostas assertivas dos médicos da APS e médicos especialistas foi de 41,8% e 80% respectivamente. O nível de hemoglobina adequado para pacientes com DRC foi corretamente mencionado apenas por 22,7% e 40% das respostas de médicos da APS e dos médicos especialistas. Sobre alterações laboratoriais que indicam suspender Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina, apenas 10,2% e 30,8% das respostas dos médicos da APS e dos especialistas foram assertivas. Conclusão: Os médicos da atenção primária em saúde e os especialistas demonstraram, na maioria das respostas, um bom nível de conhecimento da DRC e não foi observada uma diferença estatisticamente significativa na maior parte das questões entre os dois grupos desse estudo.

Ano da defesa: 
2021
Linha de pesquisa: 
ATENÇÃO À SAÚDE, ACESSO E QUALIDADE NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
Autor: 
Caroline Braga Barroso
Orientador: 
Profa. Drª. Maria do Carmo Lacerda Barbosa; Prof. Dr. Márcio Moysés de Oliveira.
IES associada: 
Universidade Federal do Maranhão