Implantação da classificação de risco cardiovascular na equipe São José em Nova Mamoré/Rondônia

A hipertensão arterial é uma doença de alta prevalência, acometendo cerca de sete milhões de pessoas no mundo, considerada um problema de saúde pública. Os fatores de risco, como perfil sociodemográfico, comportamental, antropométrico, bioquímico e de saúde, possibilitam programas de medidas intervencionistas na promoção à saúde e melhor qualidade de vida. O Programa de Saúde da Família atua, de forma estratégica, na prevenção e no tratamento da hipertensão e seus fatores de risco. Baseado no exposto acima, o objetivo do estudo foi organizar o fluxo de atendimento aos hipertensos pela equipe São José, pertencente à Unidade Básica de Saúde Eleniza Félix do Carmo, em Nova Mamoré, Rondônia. Foram cadastrados pelas agentes comunitários de saúde da equipe 111 hipertensos de ambos os sexos, na faixa etária de 30 a 74 anos de idade, durante o período de novembro de 2018 a fevereiro de 2019. O estudo foi composto de quatro etapas: treinamento da equipe, aplicação do questionário, exame antropométrico e bioquímico. Durante o processo, ocorreram perda e recusa de 50,5%, finalizando a amostra com 55 usuários. A técnica de amostragem utilizada foi não probabilística por conveniência. A prevalência dos valores pressóricos dos pacientes hipertensos cadastrados, no momento da aferição da hipertensão arterial, foi descontrolada 76,4%. As prevalências (%) das características sociodemográficas dos pacientes cadastrados com hipertensão não controlada foram maiores no sexo masculino (80%), meia idade (78,6%), ensino médio (87,5%), servidor público (87,5%), aposentado (80,0%), renda familiar inferior a três salários mínimos (79,2%), casado (81,8%) e da raça branca (92,9%). As prevalências (%) das características comportamentais foram mais acentuadas nos fumantes (78,3%), alcoolistas (84,6%), inativos (79,1%), ansiosos intensos (88,9%), com histórico familiar de hipertensão (82,5%) e tempo de hipertensão maior ou igual a 10 anos (80,0%). As maiores prevalências (%) de usuários com hipertensão não controlada foram os classificados obesos (77,8%), com risco cardiovascular (77,4%), glicemia elevada (88,9%), colesterol total elevado (81,5%), LDL elevado (80,0%), HDL baixo (76,7%), triglicerídeo elevado (80,0%) e os classificados como risco cardiovascular alto (87,0%). As medidas de ureia e creatinina, respectivamente, apresentaram 80,0% e 100% nos valores normais nas amostras analisadas. Foi implantado um fluxograma para atendimento dos hipertensos do território classificados pela equipe, prevendo maior organização no atendimento prestado. Utilizando os critérios de Framinghan como classificação de risco cardiovascular por meio de instrumento, um cartão, que identifica o paciente em baixo risco (cor verde), risco moderado (cor amarela) e alto risco (cor vermelha). Assim organizados para os retornos necessários, com profissionais já pré-determinados, evitando filas e desorganização na assistência prestada pela equipe. Espera-se que os resultados observados neste estudo possam ser utilizados pela gestão municipal no planejamento de melhoraria no atendimento aos portadores de hipertensão, com organização mais adequada no atendimento a estes usuários

Ano da defesa: 
2019
Linha de pesquisa: 
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Autor: 
Sintia Mara Haito
Orientador: 
Prof. Dr. Edson dos Santos Farias
IES associada: 
Universidade Federal de Rondônia