A implantação de uma rotina de atenção à saúde da pessoa idosa em uma equipe de Saúde da Família de Porto Velho/RO Porto Velho/RO 2019
Esta pesquisa teve como objetivo implantar uma rotina de atenção à saúde da pessoa idosa na Unidade Básica de Saúde Pedacinho de Chão, por meio de uma intervenção pedagógica voltada à formação da equipe Nova Esperança I/Industrial. Partiu-se, nesta investigação, da seguinte problemática: que conhecimentos sobre a saúde da pessoa idosa e sobre o que é preconizado pelo Ministério de Saúde são necessários para a formação de uma Equipe de Estratégia Saúde da Família para a implementação de uma rotina de atenção à essa população? Na busca pela compreensão desta problemática, o estudo se fundamentou nas políticas públicas de saúde do Brasil, essencialmente, nas diretrizes e protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS), da Atenção Primária à Saúde (APS) e da Estratégia da Saúde da Família (ESF), na política nacional de saúde da pessoa idosa e em pressupostos da Educação Permanente em Saúde – em diálogo com pesquisas recentes relacionadas à temática. Tratou-se de uma pesquisa de abordagens qualitativa e quantitativa, do tipo intervenção pedagógica. O estudo contou com questionários abertos e a planilha de Objetivos, Metas, indicadores e ações (OMIA), desenvolvida pelo Departamento de Medicina Social da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), como instrumentos de coleta de dados. Foram aplicados questionários pré e pós-intervenção para seis Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e oito médicos residentes em Medicina de Família e Comunidade (MFC) da referida equipe. Organizou-se os dados em três categorias: rotina de atendimento, aprendizagens e avaliação da intervenção. Os dados quantitativos foram organizados e analisados com base na planilha OMIA e foram construídos a partir de ações desenvolvidas pela equipe para alcançar as 15 metas propostas, dentro de seis objetivos. Os achados da pesquisa junto as ACS indicaram como pontos positivos: i. as orientações pertinentes a comunicação com a família; atenção a respeito na relação com a pessoa idosa; entrega da caderneta de saúde e o estímulo a retomada do compromisso dos profissionais no acompanhamento da população de pessoa idosas. Como limitações apontaram: ii. a carência de um período mais longo para a realização da intervenção pedagógica; a impossibilidade de estudos de determinadas doenças que acometem as pessoas idosas e maior aprofundamento de orientações aos familiares e cuidadores. Os médicos residentes em MFC indicaram como pontos positivos da intervenção pedagógica: iii a utilização de novas ferramentas, o fortalecimento do planejamento da equipe, a reorganização das ações, os processos de orientação na prática do serviço, avaliação e condutas focada em prioridades e novas abordagens às pessoas idosas. Como limitações os médicos residentes em MFC apontaram: iv. o curto espaço de tempo para o seu desenvolvimento das aprendizagens originarias da intervenção pedagógica e a resistência para implantação de novas práticas dos envolvidos, sejam eles usuários ou profissionais da UBS. A respeito dos aspectos quantitativos, das 15 metas estabelecidas, 11 atingiram 100%, três 75,4% e uma 47,1%. Entre as metas estabelecidas para atingir 100%, destacamos o cadastramento de 106 pessoas idosas no e-SUS (uma das estratégias do Ministério da Saúde para desenvolver, reestruturar e garantir a integração desses sistemas, de modo a permitir um registro da situação de saúde individualizado por meio do Cartão Nacional de Saúde), o rastreamento de pessoas idosas que resultou na identificação de 68 usuários com hipertensão arterial sistêmica e 23 com diabetes mellitus, a entrega de 106 carteiras de saúde do idoso. Já a meta avaliação da fragilização na velhice atingiu 50 das 106 pessoas idosas e a meta orientar sobre prática regular de atividade física atingiu 80 usuários de 106 usuários. Em síntese, com o estudo aqueles procedimentos que dependem especificamente de ACS e de médicos residentes em MFC, passaram a ser desenvolvidos.