INTRODUÇÃO: Os Projetos de Intervenção em saúde valorizam as práticas avaliativas nos serviços e podem melhorar indicadores de acesso e de qualidade do processo de trabalho. O presente Projeto de Intervenção teve como objeto a avaliação da estratégia de saúde da família no sentido da melhoria da qualidade do processo do trabalho. Justifica-se pela necessidade de melhoria do cuidado na Atenção Básica. OBJETIVO GERAL: Implementar projeto de intervenção no intuito de fomentar a melhoria da qualidade de uma área da ESF em Teresina/PI, de acordo com as demandas identificadas através de discussão da AMAQ (Autoavaliação para a Melhoria do Acesso e da Qualidade de Atenção Básica); OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Analisar criticamente os dados da AMAQ em relação à equipe, identificando demandas a fim de propor intervenções, bem como organização do processo de trabalho. METODOLOGIA: O Projeto de Intervenção foi implementado após a releitura do instrumento AMAQ já aplicado à equipe, identificando-se as características fundamentais do processo de trabalho e construindo uma matriz de intervenção. As informações utilizadas foram referentes às sub-dimensões J, K, L e M (Perfil da Equipe, Organização do Processo de Trabalho, Atenção integral à Saúde e Controle Social e Satisfação do Usuário, respectivamente). A matriz de intervenção foi implementada de acordo com o modelo orientador de Carlos Mattus. RESULTADOS: Do total de padrões da AMAQ, 12 dimensões tiveram notas regulares ou insatisfatórias, sendo duas relacionadas com a Saúde Bucal, com muito baixa governabilidade e recusa de profissionais em participar das intervenções. Do restante dos problemas priorizados elencaram-se 27 nós-críticos, com 23 planos de ação. CONCLUSÃO: A aplicação da AMAQ proporcionou evidencias sobre pontos de conformidade e fragilidades no processo de trabalho, sendo estas passíveis de intervenção. O PES elencou problemas de alta ou baixa governabilidade, custos e evidenciou a possibilidade de um processo de trabalho semelhante ao padrão com tecnologias leves e leve-duras. Sugeriu, também, que no processo de produção da saúde em condições adversas, não se pode abrir mão da intersetorialidade (ou parcerias), da integralidade das ações, da educação em saúde, do empoderamento local, da adequação do serviço de saúde às necessidades da população, do trabalho integrado interprofissional, da qualidade da intervenção profissional, e, acima de tudo, da participação das pessoas na definição de suas linhas de cuidado e/ou modos de tratar.