Modelos de contratação e remuneração de trabalhadores da Atenção Primária no Sistema Único de Saúde: repercussões para a performance profissional
Os modelos de remuneração e contratação têm sido apontados como capazes de induzir determinadas performances profissionais. No presente estudo foi realizada uma pesquisa qualitativa exploratória com informantes chave (amostra por conveniência), selecionados por metodologia de bola de neve, usando entrevista semiestruturada sobre os diferentes formatos de contratação e remuneração dos trabalhadores da atenção primária à saúde no SUS, solicitando reflexão a partir de eixos do acróstico P.E.S.T.E. (pertinência, ética, sustentabilidade, temporalidade e escolha). Foram entrevistados ex-gestores e exrepresentantes dos trabalhadores da área da saúde, abrangendo todas as regiões brasileiras, para compreender suas reflexões sobre o tema. Foi levantado que, apesar dos modelos de remuneração e contratação terem reconhecida influência sobre a performance profissional, os formatos que levam a uma precarização de vínculos e imprevisibilidade de pagamentos, embora respondam em certa medida a uma necessidade financeira dos gestores e do serviço, podem comprometer a longitudinalidade do cuidado, alienar os profissionais de seu objeto de trabalho e dificultar a constituição de recursos humanos perenes para fazer frente às necessidades do sistema de saúde. Palavras-chave: recursos humanos em saúde, remuneração, qualidade assistencial, contratação.