Obesidade e sobrepeso: motivos das mulheres não aderirem à prática de atividade física na Atenção Primária à Saúde

Obesidade e sobrepeso são problemas crescentes na saúde pública mundial, representando uma ameaça, por aumentarem os riscos de doenças crônicas não transmissíveis. Causam importante impacto na qualidade de vida e na autoestima dos indivíduos. A atividade física é uma estratégia que traz resultado positivo na saúde das pessoas. Objetivo: analisar os motivos que levam as mulheres obesas e de sobrepeso a não participarem do grupo de caminhada “Amigos da Saúde” de uma unidade de Atenção Primária à Saúde; traçar perfil sociodemográfico das mulheres adultas obesas e de sobrepeso; identificar a prevalência de obesidade e de sobrepeso de mulheres adultas; e conhecer os motivos que levam as mulheres obesas e de sobrepeso a não aderirem ao grupo de caminhada “Amigos da Saúde”. Método: tratase de uma pesquisa com abordagem quanti-qualitativa, realizada em duas etapas. A etapa quantitativa utilizou uma abordagem descritiva, de recorte transversal, cuja amostra foi de 221 mulheres adultas que foram convidadas a responder ao questionário sociodemográfico e econômico (idade, cor da pele autorreferida, renda familiar, escolaridade, situação conjugal, e ocupação); à pesquisa quanto a comorbidades (hipertensão arterial e diabetes) e quanto à prática de atividades físicas, além de realizarem avaliação antropométrica. Utilizou-se o teste de qui-quadrado para comparação de proporções, com nível de significância de, no mínimo, 5%. Os dados foram digitados em programa Excel e analisados pelo programa SPSS 14.0. Para a etapa qualitativa, foram convidadas a responder a entrevista semiestruturada as mulheres com excesso de peso que não praticavam atividades físicas, identificadas na etapa quantitativa. Na análise das entrevistas, foi realizada análise de conteúdo, do tipo análise temática, com a participação de 12 mulheres. Cenário: a pesquisa aconteceu em uma unidade de Estratégia de Saúde da Família, em Juiz de Fora - MG. Resultados: a maioria das mulheres que respondeu ao questionário era solteira (48,4%), com baixa renda familiar mensal (45,2%), baixo grau de instrução (34,8%), não eram brancas (69,6%), negaram hipertensão (70,8%), diabetes (94,7%) e praticar atividades físicas (74,5%). A prevalência de sobrepeso encontrada (28,1%) está abaixo dos dados brasileiros (34,9%), porém a de obesidade (48,4%), está bem acima dos dados nacionais (18,9%). A análise da significância, a partir do teste Qui- Quadrado, da relação do excesso de peso com algumas variáveis independentes, foi positiva para idade menor que 40 anos (p=0,031), para presença de hipertensão (p=0,002) e para mulheres não casadas (p<0,001). Dentre os principais motivos da não participação ao grupo “Amigos da Saúde”, emergiram das falas das participantes três categorias: 1. Motivos para a não realização da prática de exercício físico pelas mulheres com excesso de peso; 2. Não adesão das mulheres com excesso de peso ao grupo de caminhada “Amigos da Saúde” e 3. Motivação para as mulheres com excesso de peso praticarem atividade física. Conclusão: os principais motivos das mulheres não participarem do “Amigos da Saúde” foram a falta de tempo e o horário de realização da caminhada, demonstrando que mudanças serão necessárias. Espera-se que a pesquisa possa contribuir com diretrizes e estímulo à promoção de estilo de vida mais saudável pelas mulheres obesas.

https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10275

Ano da defesa: 
2019
Linha de pesquisa: 
ATENÇÃO INTEGRAL AOS CICLOS DE VIDA E GRUPOS VULNERÁVEIS
Autor: 
Danielle Bandeira de Oliveira Junqueira
Orientador: 
Profa. Dra. Beatriz Francisco Farah
IES associada: 
Universidade Federal de Juiz de Fora