Percepção dos estudantes de medicina acerca da especialidade medicina de família e comunidade São Luís

INTRODUÇÃO: A Atenção Primária à Saúde (APS) é definida por meio de seus atributos, quais sejam, o acesso de primeiro contato, a longitudinalidade, integralidade da atenção, a coordenação da assistência, a orientação familiar e comunitária e a competência cultural com grande potencial transformador para a graduação, porém ainda há poucos dados no Brasil que indiquem a percepção dos estudantes acerca da Medicina de Família e Comunidade, sobretudo em Municípios e serviços com atenção primária pouco atuante. Este estudo apresenta princípios que regem o exercício dessa especialidade e seus campos de atuação, bem como a aplicabilidade durante a graduação em Medicina. OBJETIVO: Identificar o conhecimento sobre a atuação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) bem como os fatores influenciadores na escolha pela especialidade de Medicina de Família e Comunidade (MFC) na amostra da pesquisa. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal de abordagem qualitativa e quantitativa, cunho exploratório, envolvendo 62 (sessenta e dois) graduandos do quinto e sexto ano do curso de Medicina numa Instituição Pública e em outra Particular na cidade de São Luís – MA, durante os meses de janeiro a março de 2020. Utilizou-se para coleta de dados um questionário sociodemográfico e um roteiro para entrevista semiestruturada, identificando as aspirações profissionais como forma de análise dos fatores que influenciam na escolha dessa Especialidade. RESULTADOS: A maioria são mulheres (60,3%), solteiras (52%), sem filhos (97,2%), brancas (54%), procedentes da Capital São Luís – MA (51,3%), renda familiar média de 10 salários-mínimos (32,25%), grande parte sem familiares médicos (62,1%) e com 70% de Especialistas Focais, distribuídos em: Radiologia, Clínica Médica, Dermatologia e Psiquiatria. A carreira de Médico de Família e Comunidade foi considerada “regular” (42,8%), levando em conta os fatores que motivaram a escolha por essa Especialidade que são a existência de um plano de carreira com bons salários, a boa estrutura física na Unidade de APS, a convivência cotidiana com docentes especializados em MFC, a oportunidade de resolver diversos problemas de saúde e, por fim, o contato com a Comunidade, humanização e equidade. Pouco mais da metade dos graduandos participantes da pesquisa (51,6%) se mostrou indecisa quanto à Especialidade a seguir e nenhum dos acadêmicos se dispôs a especializar-se em MFC. CONCLUSÕES: O Estudo concluiu que fatores relacionados ao contexto da Graduação (a vivência com preceptores especialistas em Medicina de Família e Comunidade), bem como a melhora na resolutividade da ESF, tanto relacionados à estrutura física, como valorização e Planos de Cargos e Salários seriam os motivos que contribuiriam efetivamente para o crescimento da atenção primária, sustentabilidade do Sistema de Saúde e escolha da Medicina de Família e Comunidade como Especialidade médica aos graduandos de Medicina na cidade de São Luís -MA.

Ano da defesa: 
2021
Linha de pesquisa: 
ATENÇÃO À SAÚDE, ACESSO E QUALIDADE NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
Autor: 
Larissa Bordalo de Figueirêdo Pinto
Orientador: 
Profa. Dra. Luciane Maria Oliveira Brito, Prof. Dra. Maria Bethânia da Costa Cheim
IES associada: 
Universidade Federal do Maranhão