Esta dissertação estuda o processo de formação do preceptor médico de família e comunidade, considerando o contexto político brasileiro de expansão dos programas de residência médica (RM) em medicina de família e comunidade (MFC) como forma de fortalecimento da atenção primária à saúde (APS) e do Sistema Único de Saúde (SUS). Compreender o processo de formação do preceptor médico de família e comunidade nos cursos de formação de preceptores de abrangência nacional, a partir da visão dos formadores. Pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, tipo estudo de caso, investigando cinco cursos de formação em preceptoria de MFC. Critérios de inclusão: cursos que ocorreram entre 2013 e 2017, de abrangência nacional e pública, relacionados às iniciativas do Ministério da Saúde (MS) ou Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, com objetivo de formação de preceptores para atuarem na APS. Utilizou-se pesquisa documental de currículos ou de projetos político-pedagógicos dos cursos e de informações primárias coletadas por meio de questionário eletrônico e de entrevistas semiestruturadas com coordenadores desses cursos, realizando-se análise temática de conteúdo. O conhecimento dos cursos estudados sob a ótica dos formadores permitiu aprofundar a discussão sobre a importância dessas iniciativas para o fortalecimento da APS e do SUS. Os cursos de preceptoria contribuem para a qualificação profissional e contribuem para abertura de Programas de RM em MFC no Brasil. Apesar de bem estruturados não possuem uma matriz de competências comum. O processo de formação apresenta desafios relacionados ao equilíbrio entre assistência e educação. A busca por qualificação profissional exige apoio da gestão, cenário de prática protegido, além de tempo para aperfeiçoamento contínuo. O universo dos cursos de formação é diversificado, porém profissionalizam e valorizam a prática da preceptoria médica em MFC. Fomentos do MS mostraram-se fundamentais nessas iniciativas com objetivo de estruturação da APS e fortalecimento do SUS. Os cursos de preceptoria têm demonstrado continuidade e evolução curricular a cada edição apesar do cenário político incerto do Programa Mais Médicos e da universalização da RM.