O vínculo do médico de família com seu paciente: cartografias do cuidar

A Medicina de Família e Comunidade tem como um dos princípios norteadores da especialidade o fortalecimento da relação entre médico e usuário, com a possibilidade de estabelecimento de vínculo entre o médico e as pessoas sob cuidado continuado. O presente estudo, de caráter qualitativo com abordagem cartográfica, teve como objetivo inicial compreender os efeitos que o vínculo e a responsabilização entre médicos de família e usuários podem produzir nos próprios médicos. Foram realizadas dez entrevistas semiestruturadas com médicos de família e residentes do segundo ano da residência de Medicina de Família e Comunidade num município do Sul do Brasil. A análise das entrevistas se deu sob o referencial da micropolítica e problematizou, a partir das experiências relatadas acerca do vínculo com os usuários, a existência de um “território identitário médico”, bem como a desconstituição deste território identitário, sua “desterritorialização”, no sentido de novas “reterritorializações”. Propõe-se que nesse movimento de reconstrução do território identitário, tanto médico como usuário passam a transitar pela dimensão cuidadora do encontro, onde tecnologias leves podem ser operadas e novas possibilidades de configurações do cuidado acontecem.

Ano da defesa: 
2019
Linha de pesquisa: 
EDUCAÇÃO E SAÚDE: TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS DA EDUCAÇÃO, COMPETÊNCIAS E ESTRATÉGIAS
Autor: 
Nicole Karina Nicolaiko Temperly
Orientador: 
Prof. Dr. Helvo Slomp Junior
IES associada: 
Universidade Federal do Paraná