Vivências de luto em famílias acompanhadas por equipes de saúde na atenção primária
Este estudo objetivou mapear redes sociais de famílias enlutadas e identificar recursos e lacunas que possam interferir na vivência do luto. Participaram oito famílias com um total de nove enlutados, pertencentes a uma unidade de Atenção Primária de um município do estado de Minas Gerais, que concederam entrevistas semi-estruturadas, com a utilização de um roteiro previamente elaborado e colaboraram para a construção de um mapa de rede social mínimo, conforme proposto por Sluzki. As narrativas foram gravadas, transcritas, textualizadas e trabalhadas por meio de análise de conteúdo. Os resultados indicaram: (a) a família, assim como a espiritualidade são fatores considerados fundamentais pelos enlutados para enfrentar uma perda familiar; (b) a equipe de saúde da família é pouco definida como apoiadora na vivência do luto; (c) os enlutados tem um desejo de falar sobre a perda do familiar; (d) a visita domiciliar favorece o melhor enfrentamento do luto. Assim sendo, os recursos utilizados pelos enlutados foram a família e a espiritualidade e observou-se como lacuna a falta de apoio da Atenção Primária.