A COVID-19 trata-se de uma patologia que pode culminar em uma infecção respiratória aguda potencialmente grave e de distribuição global, sendo a maior pandemia da história recente da humanidade causada pelo novo coronavírus. Num momento tão inusitado como este é importante relatar a experiência vivida na assistência aos povos indígenas na tentativa de trazer a discussão sobre as ações de saúde direcionadas a grupos vulneráveis e de como é imprescindível que o profissional conheça a realidade para o qual destina o cuidado. Este estudo teve como objetivo discorrer a respeito da experiência com a população dos indígenas das etnias Kanela e Guajajara sobre a assistência à saúde prestada durante o enfrentamento da pandemia pelo novo coronavírus. Trata-se de uma pesquisa narrativa com base documental de vivência referenciada sobre assistência à saúde de grupos vulneráveis do Estado do Maranhão durante todo o mês de junho de 2020 e a quarta semana de fevereiro de 2021. O relato compreendeu uma linha do tempo desde a idealização, planejamento e execução das ações, partindo de um cenário global para o regional, até o desenvolvimento das práticas vivenciadas. Constatou-se que, em um período com limitadas informações sobre esta espantosa patologia, a desinformação, a má informação e as Fake News acerca da pandemia formaram um cenário que, aliado a outros determinantes sociais de saúde, foram decisivos na propagação do vírus em inúmeras aldeias. Com 1.268 atendimentos, realização de 986 testes rápidos para detecção de anticorpos para o SARS-COV-2 e, no período da vacinação, aplicação de 174 doses de imunizantes contra a COVID-19, entre outros resultados, a experiência vivida evidenciou a potencialidade das ações educativas e de como é fundamental estarmos atentos sobre as oportunidades de atividade de educação em saúde que vão surgindo no dia-a-dia; também salientou a importância de alimentar corretamente os sistemas de informação com o propósito de geração de dados de apoio decisório que ajudarão na condução das ações de saúde. Concluise, portanto, que é imprescindível a criação de políticas públicas de saúde que alcancem os povos com alta vulnerabilidade social, dentre eles os indígenas, sempre levando em conta os determinantes sociais de saúde, como cultura e ambiente, e principalmente ouvindo o que estes povos têm a dizer e seus anseios. Palavras-chave: Atenção à Saúde; COVID-19; Povos Indígenas.