O envelhecimento populacional vem se dando de forma acelerada em todo o mundo, trazendo consigo importantes implicações sobre os modelos assistenciais vigentes. A Estratégia de Saúde da Família (ESF), tem papel fundamental na promoção do envelhecimento saudável e ativo, onde o reconhecimento dos idosos vulneráveis de um território, permite seu melhor acompanhamento de saúde e manutenção da qualidade de vida. Objetivos: Identificar o grau de vulnerabilidade individual dos idosos de uma área adscrita da ESF no município de Porto Velho - RO e explorar os fatores associados. Metodologia: Estudo epidemiológico observacional, de caráter transversal, descritivo e analítico, tendo como população idosos a partir de 60 anos, cadastrados na ESF Embratel II, em Porto Velho - RO. Para a coleta de dados foram aplicados um questionário contemplando variáveis clínicas e socioeconômicas e, o outro, o Vulnerable Elders Survey-13 (VES-13). Foi realizada análise descritiva da situação de vulnerabilidade dos participantes de acordo com as variáveis estudadas e sua associação estimada utilizando-se o modelo de regressão de Poisson com variância robusta. A razão de prevalência (RP) foi utilizada como medida de associação, com seu respectivo intervalo de confiança (IC) de 95%. Resultados: A amostra foi constituída por 92 idosos dos quais, 41% apresentaram-se vulneráveis; a maioria destes, na faixa etária a partir de 75 anos, do sexo feminino, pardos, casados, com 1 ou mais anos de estudo, renda familiar entre 1 a 3 salários-mínimos e de convívio acompanhado, tendo na família sua rede de apoio. Grande parte deles dependentes de assistência pública de saúde, possuíam 2 a 3 comorbidades e realizaram 3 ou mais consultas/ano. Uma minoria relatou internação no último ano. O modelo de Poisson revelou que os idosos a partir de 75 anos (RP: 2,22; IC 95%: 1,36-3,64); sem escolaridade (RP: 2,09; IC 95%: 1,15-3,78), portadores de 2 a 3 e 4 ou mais comorbidades (RP: 2,11; IC 95%: 1,18-3,74 e RP: 4,00; IC 95%: 2,10-7,61, respectivamente), e aqueles que realizaram entre 1 a 2 e 3 ou mais consultas/ano (RP: 2,02; IC 95%: 0,75-5,48 e RP: 2,79; IC 95%: 1,02-7,62, respectivamente) apresentaram risco aumentado de vulnerabilidade. Conclusão: Um percentual significativo dos idosos adscritos à ESF Embratel II vivem em situação de vulnerabilidade, evidenciando a necessidade de se intensificar as ações de saúde para este público, em especial quanto ao acompanhamento e controle das comorbidades crônicas.